Vaca Parada letra

Se foi a brasina pampa na noite de temporal,
Um raio correu na cerca pra dar o pealo fatal
Restaram couro e cabeça pra confortar o piazedo
Mais vida pros fins de tarde, em vez de apojo bem cedo

Firmando o braço de a pé, voando as horas se vão
Fica a presilha de arrasto sem pretensão de tirão
Sobra mão e falta laço, que até porisso se gasta
Sovando a toca dos zóio do bicho que já não pasta

Quem laça vaca parada
Recebe mais que uma herança
Deus arma todos iguais
Na hora que estende a trança
Escola dos laçadores
Que a lida há de prova-los
Pois só garantem diploma
Fazendo igual de a cavalo

Descaminho dos guris nos colégios do interior
Não perdem dia de prova, que o vermelho tem valor
Narradores de improviso toreiam a pontaria
Não passam despercebidos inventos e pescarias

Na volta do cavalete onde o ritual se repete
O pasto rapado mostra que existe boca do brete
Até quem não é da côsa manda corda e faz bonito
Ter nascido enforquilhado não faz ninguém favorito

Juliana Spanevello - Letras

• Alguém Pra Cuidar de Mim
• Bota Gaúcha
• Bretes do Pensamento
• Campesina
• De Alma, Campo e Silêncio
• De Plano Feito
• Estampa
• Eu e Meu Cavalo
• Final de Seca
• Lágrima Na Garganta
• Legado Para Uma Nova América
• Morada
• No Romper da Trança
• Nos vagões daquele trem
• O erro
• O Que Sei e Sou
• O Sábio do Mate
• Outono
• Pampa e Flor
• Pasto Nativo
• Pela Querência
• Perfume
• Prelúdio Final de Seca
• Quando a Bota Encontra o Estribo
• Súplica do Rio
• Sureño (part. Aluisio Rockembach)
• Vaca Parada