Sureño (part. Aluisio Rockembach) letra

Eu ouço a sanga da aguada
Cantando para o potreiro
E o humilde guitarreiro
Batendo corda cansada

Escuto o cair da geada
Enquanto canta basteira
Ouço o ranger da porteira
Princípio e final da estrada

Gritos de parar rodeio
Assovios de recorrida
Eu ouço o marcar do freio
Porque eu nasci dessa lida

Voz de pai trabalhador
Que de mim nunca se foi
Na reza do amansador
Chamando o nome do boi

Silêncios trago da ronda
Da marcha trago o compasso
Graves de antigas milongas
Agudos timbres de aço

Ressonos da cacimbas
O assovio das perdizes
Eu ouço um rio de águas limpas
Beijando rama e raízes

Herdeiro das vibrações
Premiadas pelo silêncio
Trago esta caixa de sons
Minha riqueza do avesso

Na bruta transformação
De ouvir mais o que conheço
De andar tão longe do chão
E tão perto do começo

Eu vim de um mundo de sons
E cantares tão bonitos
Onde cada vibração
Vira canção no infinito

Do berro, trote, tirão
De causos, rezas e ritos
Conheci a voz do meu chão
Quieto que eu acredito

Juliana Spanevello - Letras

• Alguém Pra Cuidar de Mim
• Bota Gaúcha
• Bretes do Pensamento
• Campesina
• De Alma, Campo e Silêncio
• De Plano Feito
• Estampa
• Eu e Meu Cavalo
• Final de Seca
• Lágrima Na Garganta
• Legado Para Uma Nova América
• Morada
• No Romper da Trança
• Nos vagões daquele trem
• O erro
• O Que Sei e Sou
• O Sábio do Mate
• Outono
• Pampa e Flor
• Pasto Nativo
• Pela Querência
• Perfume
• Prelúdio Final de Seca
• Quando a Bota Encontra o Estribo
• Súplica do Rio
• Sureño (part. Aluisio Rockembach)
• Vaca Parada